domingo, 9 de janeiro de 2011

Raul Seixas - Evangélicos tentam barrar show no interior de São Paulo

Agradeço a Deus por ter ido a esse show.Entrou pra história.Ví e ouvi tudo que relatarei abaixo.

Final dos anos 80. Segundo o próprio Raul essa foi a década da "Charrete que perdeu o condutor"...
Após um período desaparecido e com fortes rumores de que sua saúde estava debilitada devido aos excessos com álcool, Raul Seixas se une ao vocalista do também já desaparecido Camisa de Vênus e saem em turnê pelo Brasil. Um dos últimos shows foi em Santa Bárbara d'Oeste, cidade em que eu morava na época. Meu pai, Sr. Clóvis Martins da Silva (in memorian) era um baianão mulato alto e forte que estava fazendo "bicos" de segurança no Esporte Clube Barbarense naquela época. Por esse motivo consegui entrar no local do show bem antes dos demais e ví várias vezes o maluco beleza transitando pelo palco, passando som, etc.Um casal de hippies inclusive me deu sua máquina fotográfica pra tirar fotos de tudo que eu encontrasse pela frente la dentro. Por ter sido o primeiro a entrar, tirei uma fotos bem loucas e exclusivas a menos de 2 metros do "home", me pendurei no palco, toquei várias vezes no Raul, coisas de fanático mesmo. A mancada foi que eu, num ato estúpido, não peguei telefone, endereço, nadinha do casal para pegar os negativos depois (quem é desse século não sabe que as máquinas eram com filme e tinha que mandar revelar depois...esse era um kodak de 36 poses). Quem sabe eles leiam meu blog e me mandem o material que sonho ver a mais de vinte anos.

Esse show entrou pra história porque na entrada do clube havia uma corrente humana formada por dezenas de evangélicos que formaram um "piquete" e tentavam impedir a entrada dos fãs. Era um tipo de milícia eclesiástica que, a serviço do Senhor , se auto denominaram o "exército de Deus" em batalha contra o senhor das trevas , nesse caso , Raul Santos Seixas  (vê se pode !!). O tal exército, além de palavras de ordem , distribuiu um panfleto que hoje virou raridade. Vejam abaixo uma cópia verdadeira do mesmo.

Durante o show, Raul falou de um disco novo que ainda não estava pronto e nem tinha nome. Me lembro dele ter cantado "MUITA ESTRELA, POUCA CONSTELAÇÃO". Alguns dias depois sai a noticia pela rádio bandeirantes numa entrevista com Raul e Marcelo de que o álbum se chamaria "A PANELA DO DIABO" e que teria uma música chamada " PASTOR JOÃO E A IGREJA INVISÍVEL ". Os dois nomes em homenagem aos manés que tentaram estragar nossa festa e acabaram dando um puta tiro no pé porque esse show virou notícia e motivo de orgulho e saudosismo de quem estava presente.
Eu fui.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Dee Snider - O Advogado do Rock


Isso mesmo.
O Rock'n Roll já precisou ser defendido num tribunal.
Essa história inclusive já virou filme em Hollywood. Se chama "Parental Guidance" / Proibido para menores.
Nos anos 80 um grupo de esposas de senadores (incluindo a esposa de Al Gore), formaram uma comissão e decidiram que várias bandas e musicas de rock'n roll deveriam ter suas execusões públicas, televisivas e radiofônicas proibidas por conterem , segundo elas, conteudo impróprio, pornográfico , incitação a violência ,  uso de drogas, ocultismo, etc.
Várias bandas tiveram seus nomes e músicas numa espécie de lista negra elaborada pela comissão , incluindo o próprio Twisted Sister com we're not a gonna take it e under to blade, Black Sabbath, Motley Crue, AC / DC, Judas Priest, etc.
As esposas dos políticos, os políticos e representantes da sociedade se reuniram num tribunal e os músicos foram convidados a se defenderem das acusações. Estiveram presentes pelo lado do Rock,  John Denver, Frank Zappa e Dee Snider. Esse último tomou a frente nas discusões vestido da mesma forma em que se apresentava nos shows e como um verdadeiro advogado travou calorosas discusões com os presentes. Segundo o próprio Dee Snider,uma das melhores partes da audiência foi quando a Sra Gore disse que a música Under to Blade ( sob a lâmina ) fazia apologia ao sadomasoquismo. Veja abaixo a resposta de Dee :-
 “A música mexe com a imaginação das pessoas e as faz pensar o que quiserem. Essa música fala sobre uma cirurgia na garganta de um integrante da banda, o meu guitarrrista Eddie Ojeta e o medo que ele tinha dela. A Sra. Gore procurou sadomasoquismo na música e o encontrou. Quem procurar referências cirúrgicas também irá encontrá-las”.
Essa resposta deixou Al Gore muito irritado (não era pra menos). E no final, o importante é que o rock venceu mais essa batalha. Puta história né meu. do caralho. Passem adiante.